Respeito as diferenças etnicas,raciais e sociais

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Quem sou eu

Sou Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Pampa e atualmente estou cursando Pós-graduação Mídias na Educação pelo IFSUL. Sou professora dos Anos Iniciais na Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr.Alcides Marques onde leciono para o 3º ano.

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dicas para auxiliar na aprendizagem dos filhos


Como ajudar meu filho a gostar de Matemática?
Prof. Dr. Cristiano A. Muniz - UnB
Quando pensamos em contribuir com a educação Matemática de nossos filhos, muitas das vezes pensamos em treinar as tabuadas, dar muitas “continhas”, sempre perguntar pelos nomes das figuras geométricas, e por aí em diante. Entretanto, tais atitudes muito pouco contribuem para fazer de nossos filhos bons alunos de Matemática, e menos ainda contribui para a realização no campo de conhecimento matemático.
Ter um bom domínio em Matemática implica em possuir habilidades que vão bem além de saber recitar os números até 1.000, identificar os algarismos ou fazer continhas. Tais habilidades têm papel fundamental na Alfabetização Matemática de nossas crianças, mas não basta para desenvolver todo o potencial matemático que todo educador deseja. Pois então cabe uma questão: o que fazer para ajudar meu filho a ser FELIZ nas matemáticas?
Para responder tal pergunta cumpre-nos dizer que a capacidade para realizar atividade matemática requer da criança, sobretudo o desenvolvimento de estruturas de pensamento que não se constituem meramente a partir do ensino de conceitos. Ajudar nossa criança a ter um bom relacionamento com a Matemática significa favorecer o desenvolvimento de estruturas do pensamento operatório.
O desenvolvimento das estruturas do pensamento matemático não se realiza exclusivamente nas aulas de Matemática, através dos exercícios do livro didático e com situações produzidas e propostas pelo professor. O fazer matemática não é exclusivo ao contexto didático-pedagógico da escola. O mundo extra-escolar pode em muito contribuir para que uma criança seja uma excelente matemática. Podemos até ser mais extremistas: as experiências matemáticas realizadas fora da escola podem ser decisivas no desenvolvimento matemático da criança e do jovem. Na mesma lógica dizemos que a ausência de atividade matemática fora do contexto escolar pode de certa forma decidir sobre o processo de construção de conhecimento matemático pela criança.
Não querendo em absoluto apregoar a transferência da responsabilidade de ensinar, da escola para a família, buscaremos aqui somente esclarecer sobre a importância do contexto familiar no desenvolvimento do ser matemático que é nossa criança. A natureza das relações que os adultos têm com a criança influencia sobre a estruturação do pensamento infantil, o que vai repercutir no potencial no pensar matemático da criança.
Se considerarmos que o pensamento matemático é estruturado e desenvolvido a partir das situações-problema que a criança experiencia, sobretudo as situações de quantificações comparações, medidas, operações, probabilidade e de estimativa, devemos aceitar que a criança que tem um ambiente familiar que constantemente lhe oferece tais situações desenvolverá mais facilmente as habilidades matemáticas.
Fica em aberto ainda a questão fundamental: o que nós pais podemos fazer para uma participação efetiva no desenvolvimento matemático dos filhos. Equivocadamente muitos pais buscam alternativas que são inadequadas e, por vezes, desastrosas. Treinar continhas, passando mais exercícios além dos estipulados pela escola. Contratar professores particulares, se não chega mesmo a prejudicar, em muito pouco ajuda o desenvolvimento matemático da criança. Tomemos o cuidado para observar que não falamos aqui em treinar a criança para tirar nota nas provas. Falamos aqui do pleno desenvolvimento do espírito matemático da criança. Pior que tudo isso é inscrever os filhos em métodos ditos orientais que se fundamentam em princípios comportamentais e de treinamento.
A participação dos pais, como tem demonstrado as pesquisas no campo da Educação Matemática, e mais especificamente, da psicologia cognitiva, pode ser, ao olhar do pai, extremamente simples, mas que poderá fazer a diferença para a criança entre “gostar e odiar a Matemática”. Essa participação se realiza através da oferta à criança de situações que, por vezes, ao professor e à escola é difícil ou mesmo inviável de propor.
Enfim, vamos propor alguns exemplos que podem a natureza de tais atividades:
  • Contar nos dedos – utilização dos dedos para testemunhar as quantidades, realizar operações aritméticas, medir...
  • Medir distâncias com passos – caminhando junto, medir distâncias, contar degraus, sempre em voz alta e compassada...
  • Registrar a passagem do tempo com o movimento de uma sombra – registrando a passagem do tempo através do deslocamento da sombra da janela no chão do quarto ou da sala, colando uma fita, colocando uma graduação de hora em hora, de 30 em 30 minutos, explorando a ampulheta em jogos, ensinado a usar calendários...
  • Participação em pequenas atividades domésticas – colocando a mesa, pondo pratos e talheres de acordo com o número de pessoas, fazendo junto pequenas receitas, medindo os ingredientes e medindo o tempo e temperatura de cozimento...
  • Participando das compras – acompanhando a composição da lista de compras, lendo juntas as indicações das embalagens, vendo o preço de cada produto e comparando, tentando prever o custo total da lista, ajudando a pagar, fazendo composições aditivas das cédulas e conferindo o troco, participando do preenchimento do cheque...
  • Manipular pequenas quantias de dinheiro – possibilitando a manipulação de pequenos valores, estimulando a realização de pequenas economias, realizar pequenos projetos, juntando “dinheirinho” para compras simbólicas, sempre contabilizando o que já conseguiu e o quanto ainda falta...
  • Explorar jogos matemáticos - oferecendo jogos de plataforma, de cartas e outros com ferramentas matemáticas, tais como números, operações, medidas, proporcionalidades, possibilidades, fazem parte da estrutura lúdica do jogo. Importante também, além da oferta, é a participação do pai no jogo, quando ele poderá colocar questões para que a criança realize uma reflexão sobre sua própria ação, que a criança tenha de justificar e explicar suas ações, que se crie situações mais complexas. Brincar com jogos onde tenha relações dos algarismos com as quantidades numéricas, comparação de quantidades...
  • Explorando as matemáticas nos esportes – analisando tabelas de campeonatos, comparando os pontos de cada equipe, na medição de tempos e espaços...
  • Construindo e participando de jogos culturais e construção de brinquedos – propondo e participando de jogos e brincadeiras tais como a amarelinha (que trabalha conceitos topológicos, ordem crescente e decrescente, os algarismos, etc.); bolinha de gude, construção de pipa, carrinho de rolimã, realização de pequenas receitas, confecção de roupas, construção de acampamentos...
  • Cantar músicas que possuem a sucessão numérica – cantando junto com a criança letras e compassos que se baseiam na contagem dos números seja em ordem crescente, seja em ordem decrescente, tais como Mariana conta.... Um elefante incomoda muita gente... Um elefante se pendurou numa teia de aranha,....
  • Quantificar e comparar conjuntos de objetos – montando pequenas coleções de figurinhas, contando carros amarelos que passam, dias que faltam para o aniversário, pessoas da família, peças de vestimenta...
  • Realizar classificações – através das cores, das funções, por tamanho, tipo de material...
  • Manipular instrumentos de medidas - uso da régua, da trena, da balança, do relógio, de calendários, do termômetro, do velocímetro...
  • Explorando os números no contexto social - no endereço, no telefone, nas placas dos veículos, nos canais de TV ou rádio, nas programações, na numeração da roupa, nas placas de trânsito e no odômetro do carro,
Mais importante que desenvolver tais atividades com a criança, é compreender que a capacidade da criança em realizar atividade matemática está estritamente ligada ao pensamento autônomo que a criança possui, ou seja, a sua capacidade de desenvolver e aplicar estratégias operatórias de resolução de situações de impasse e de desafio. É na busca de uma solução a situações reais que a criança desenvolverá esquemas mentais que serão decisivos no seu desenvolvimento matemático, e mais, na resolução dos problemas propostos pela escola.
Nesse sentido, pesquisas desenvolvidas com meninos e meninas de rua têm demonstrado que essas crianças têm estruturas e esquemas mentais poderosíssimos e surpreendentes. Tais esquemas revelam estruturas mentais matemáticas que traduzem por vezes a construção de complexos teoremas que são de difícil compreensão até por nós adultos.
Portanto, este pensamento autônomo, base da construção do pensamento matemático, além de traduzir a autonomia cognitiva que a criança porta está profundamente enraizado no desenvolvimento da autonomia moral da criança. A autonomia moral, condição primária para a autonomia intelectual, diz respeito à condição que a criança tem para tomar decisões por si só, de agir de acordo com suas percepções acerca da situação, da liberdade de cometer erros, de criar e de testar as próprias hipóteses, de ser o primeiro e o principal responsável pelas suas descobertas, realizações e aprendizagens.
Assim, uma criança que vive e se desenvolve numa família onde prevalece a proteção exagerada, sem participação nas atividades domésticas, sem manipulação de valores, cédulas e moedas, sem jogos, sem a necessidade de explicar e de justificar suas ações e pensamentos estará fadada a ter dificuldades na realização de atividades matemáticas, na escola.
Essa posição teórica sobre a participação do adulto na constituição do ser matemático vem ao encontro do próprio significado da palavra Matemática: matema - compreender e explicar e tica - arte e técnica, ou seja, a técnica de compreender explicando a natureza e a relação do homem na sua exploração e conservação. Portanto, contribuir com o desenvolvimento matemático do nosso filho requer que estejamos sempre a e estimulá-lo no processo de compreensão e explicação, a todo momento, em todas as oportunidades, criando situações onde possa a criança criar suas próprias hipóteses, testá-las, revelas, ou simplesmente, abandoná-las.
O mais importante é que, junto com os pais, a criança possa, a cada dia, acreditar nela própria em criar e resolver situações Matemáticas, cujas atividades permitirão fazer nascer a crença que podemos, de certa forma, sermos matemáticos e descobrir o quanto ela pode ser lúdica.
Cabe a cada pai a decisão da participação ou não do desenvolvimento da educação matemática de seus filhos. A forma de participação é simples, como vimos acima, exigindo simplesmente tempo, disponibilidade de partilhar um espaço com o filho, e, sobretudo, vontade de acolher a criança e o ser matemático que pulsa, que vive e se revela nela, questionando TUDO e a TODOS. Estar pronto para ouvir as explicações lógicas de nosso filho, sem querer impor a nossa como a mais importante ou aquela que é a certa, é a única forma que conhecemos de participação do pai neste processo.
Favorecer o desenvolvimento da autonomia intelectual e moral da criança é a nossa proposta e essa é a melhor forma de favorecer o florescimento do ser matemático que pulsa no espírito de nosso filho. É preciso que compreendamos que a Matemática não é apenas uma ciência, mas é antes de tudo, uma atividade humana que deve participar da constituição do ser.
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